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MANEJO E SANIDADE
MANEJO E SANIDADE

 

Manejo Sanitário

Um manejo sanitário adequado de  um determinado rebanho está relacionado diretamente com a obtenção de sucesso  na sua exploração, sendo necessário para tanto, o conhecimento prévio de  práticas de manejo adequadas bem como as condições fisiológicas normais dos  animais.

 

Doenças Parasitárias Esquema de  vermifugação

Doenças Bacterianas Doenças Virais Outras doenças Esquema de vacinação

Doenças  Parasitárias

 

Tabela 1. Principais doenças  parasitárias.

 

Categoria Animal

Doença

Causa

Sintomas

Como evitar

Tratamento

Cabritos (CA)

Cordeiros (CO)

Eimeriose

Protozoário gênero Eimeria

Diarréia fétida, falta de apetite,  pêlos arrepiados e desidratação.

Limpeza e desinfecção das  instalações, Evitar superlotação, isolar e tratar os doentes. Manejo  intensivo: uso de salinomicina na dose de 1mg/kg misturada ao leite ou ração  (2a semana ao 70 mês de vida –preventivo).

Antibióticos à base de sulfa (para  tratamento e prevenção)

CA, CO e Animais Adultos (AA)

Verminose Gastrintestinal

Endoparasitas (Vermes) de diversas  espécies, destacando-se o gênero Haemonchus

Falta de apetite, emagrecimento,  pêlos arrepiados, anemia e diarréia.

Limpeza das instalações, retirada  do esterco, manter os animais presos por pelo menos 12 horas, evitar  superlotação das pastagens, rodízio de piquetes e vermífugos.

Vermifugação em épocas adequadas  (conforme orientação neste documento)

CA, CO e AA

Sarnas

Ácaros dos gêneros Psoroptes,  Demodex e Sarcoptes

Crostas e nódulos na pele, coceira  intensa e queda pêlo.

Isolar e tratar animais acometidos,  banhar animais antes de introduzi-los no rebanho.

Banhos por aspersão ou imersão com  sarnicidas, repetindo-se 7 a  10 dias após.

CA, CO e AA

Pediculose (Piolhos)

Ectoparasitas do gênero Mallophaga  e Anoplura

Coceira intensa, irritação da  pele, diminuição do apetite, pêlos arrepiados.

Observar animais do rebanho,  separar e tratar os animais infestados, banhar animais antes de introduzi-los  no rebanho.

Observar animais do rebanho,  separar e tratar os animais infestados, banhar animais antes de introduzi-los  no rebanho.

Fonte: adaptado de  Garcia et.al. (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al .(2001)

 

 

Esquema de Vermifugação

Os cabritos e cordeiros devem  ser vermifugados a partir da 3a semana de pastejo. As fêmeas devem  ser vermifugadas antes da estação de monta e 30 dias antes do parto (nunca no  início da prenhez).

Os animais mantidos em pastagem  de caatinga devem ter a vermifugação realizada de acordo com o esquema  estratégico da tabela 2. Para animais mantidos em área de pastagem cultivada  irrigada, onde as condições ambientais são favoráveis para a proliferação de  verminoses o ano inteiro, deve-se adotar o esquema de coleta de fezes e  contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG) a cada mês. Quando o OPG  for maior que 500 todos os animais devem ser vermifugados.

 

Tabela 2. Esquema de  Vermifugação Estratégica para animais criados em Caatinga.

 

Doses

Categoria Animal

1a Vermifugação: primeiro  mês do período seco

Cabritos  e Cordeiros (após 3a semana de pastejo)

Reprodutores

Matrizes

Animais  Jovens

2a Vermifugação: 60  dias após a primeira

3a Vermifugação:  penúltimo mês do período seco

4a Vermifugação: Início  da estação chuvosa

Fonte: adaptado de  Silva et al. (2001)

Outro método para orientação da  vermifugação é a observação da mucosa ocular. Quando a mucosa estiver pálida deve-se  proceder a vermifugação. Este método é conhecido como Famasha. Neste método  somente os animais com alto grau de infestação por verminoses são  vermifugados.

 

 

Doenças  Bacterianas

Na tabela 3 estão listadas as  principais doenças bacterianas que podem acometer caprinos e ovinos, bem como  suas causas, como tratar e principalmente como evita-las.

 

Tabela 3. Principais doenças  bacterianas que afetam caprinos e ovinos de corte.

 

Categoria Animal

Doença

Causa

Sintomas

Tratamento

Como evitar

Cabritos (CA), cordeiros (CO) e  animais adultos (AA)

Pododermatite

Bactérias, destacando-se o gênero Fusobacterium

Manqueira, dificuldade de  locomoção, vermelhidão e inchaço, presença de pus e odor fétido (mau cheiro).

Colocar o animal em local seco e  limpo, limpeza do casco com retirada dos tecidos mortos, realizar curativos  diários com uso de pomadas antibiótica ou solução de sulfato de zinco ou  cobre a 10%.

Evitar permanência dos animais em  pastos encharcados, casqueamento duas vezes ao ano (início e final do período  seco) ou em animais estabulados quando necessário descarte de animais com  doença crônica, uso de pedilúvios com cal virgem ou sulfato de zinco ou cobre  a 10%.

Maior freqüência em CA e CO

Broncopneumonia

Diversos agentes dos gêneros  bacterianos e virais

Falta de apetite, pêlos arrepiados,  febre, dificuldade respiratória, tosse e corrimento nasal.

Tratamento a base de antibióticos  e antiinflamatórios, mucolíticos e em caso de febre, antitérmicos.

Evitar o stress do animal.

Limpeza e desinfecção das  instalações, evitar superlotação, proteger os animais de corrente de vento  direta, isolar e tratar os doentes, tratamento do umbigo e administração do  colostro.

CA, CO e AA

Linfadenite caseosa

Bactéria do gênero Corynebacterium

Abscessos na pele ou em órgãos  (visceral)

Corte e drenagem do abscesso com  aplicação de iodo a 10% no local

Limpeza e desinfecção das  instalações, isolamento de animais com abscessos, evitar o rompimento  espontâneo dos abscessos, descarte de animais com vários abscessos,  inspecionar periodicamente o rebanho, tratar umbigo dos animais.

CA, CO e AA

Ceratoconjuntivite

Bactérias de vários gêneros

Lacrimejamento, olhos congestos,  falta de apetite, febre, mancha esbranquiçada nos olhos que pode evoluir para  cegueira

Limpeza dos olhos com soro  fisiológico, aplicação de antibióticos apropriados para utilização ocular.

Limpeza e desinfecção das  instalações, controle da população de moscas, evitar a introdução de animais  com problemas oculares no rebanho, tratamento e isolamento dos animais  doentes.

AA

Brucelose

Bactéria do gênero Brucella

Aborto em fêmeas, orquite nos  machos

Não é recomendado.

Realizar exame sorológico, abater animais  positivos, exigir quando na compra de animais atestado de negatividade,  queimar e enterrar restos de aborto e parto.

CA, CO e AA

Clostridioses

Bactérias do gênero Clostridium

Diversos: diarréias, sintomas nervosos,  edemas (inchaços).

Antibioticoterapia (Penicilina),  alguns casos não resposta.

Medidas higiênicas isoladas são  insuficientes, realizar vacinação.

Fonte: adaptado de  Garcia et al (1996) e Santa Rosa (1996)

 

 

Doenças Virais

Na tabela 4 estão listadas as  principais doenças virais que podem acometer caprinos e ovinos, bem como suas  causas, como tratar e principalmente como evita-las.

 

Tabela 4. Principais doenças  virais que afetam caprinos e ovinos de corte.

 

Categoria Animal

Doença

Causa

Sintomas

Tratamento

Como evitar

Principalmente CA e CO

Ectima Contagioso

Vírus

Presença de bolhas e crostas nos  lábios, gengivas e narinas.

Tratar as lesões com solução de  permanganato de potássio a 3% ou iodo a 10% acrescido de glicerina na  proporção de 1:1.

Fornecimento de colostro, limpeza  e desinfecção das instalações, não incorporar animais doentes ao rebanho e em  casos de surtos proceder a vacinação. Manipular com cuidado, pois, trata-se  de zoonose.

Maior ocorrência em AA.

Raiva

Vírus

Salivação intensa, diminuição do apetite,  ranger de dentes, paralisia de membros.

Não há tratamento

Vacinação em áreas de risco.

Fonte: adaptado de  Garcia et al (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al (2001)

 

Outras Doenças

Existem outras doenças que não  são causadas nem por vírus, nem bactérias e nem parasitas. Nesta categoria estão  as doenças metabólicas e intoxicações por plantas tóxicas e animais. Na  tabela 5 estão listadas algumas destas doenças que ocorrem com mais  freqüência, suas causas, como tratar e principalmente como evita-las.

 

Tabela 5. Outras doenças que  acometem caprinos e ovinos de corte.

 

Categoria Animal

Doença

Causa

Sintomas

Tratamento

Como evitar

AA (animais adultos)

Urolitíase

Cálculos no trato urinário

Dificuldade de urinar, dor com curvatura  da coluna, dificuldade de locomoção, perda de apetite

Desobstrução por sonda uretral,  medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios e diuréticos), tratamento  cirúrgico

Cuidados na concentração mineral  da ração, recomenda-se a ingestão de cloreto de sódio de 3 a 5% e adição de cloreto de  amônio (40 mg/Kg/dia), fornecimento de água a vontade.

AA

Intoxicação por plantas

Plantas tóxicas ou venenosas  ingeridas.

Parada do rúmen, falta de apetite,  respiração acelerada, tremores musculares, animal permanece caído, salivação  intensa, morte.

Não há tratamento específico.  Tratamento dos sintomas com antitóxicos, hidratação do animal, evitar  condições de stress. Em caso de intoxicação por mandioca e maniçoba aplicação  de produtos a base de nitrito de sódio e hipossulfito de sódio.

Identificar as plantas na área de  pastejo, erradicar ou cercar áreas onde estas estejam presentes,  suplementação do rebanho na época seca, fornecimento de sal mineral à vontade  durante todo ano.

Fonte: adaptado de  Garcia et al (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al (2001)

 

Esquema de  Vacinação

Não há vacinas obrigatórias para  caprinos e ovinos, a vacina para febre aftosa não é mais obrigatória segundo  o MAPA. Na tabela 6 estão listadas as vacinas que são importantes para  prevenção de algumas doenças em caprinos e ovinos.

 

Tabela 6. Esquema de vacinação  para caprinos e ovinos.

 

Doença

Esquema de Vacinação

Categoria Animal

Raiva

Anual / a partir de 4 meses de  idade (só em regiões em que haja casos confirmados)

Animais Jovens, Reprodutores,  Matrizes.

Clostridioses

(apenas em regiões onde ocorra a  doença)

Animais não vacinados: aplicar  duas doses de vacina com um intervalo de quatro a seis semanas entre as vacinações.  Em filhos de mães não vacinadas, a primeira dose deve ser efetuada a partir  da 3a semana de idade e a partir da 9a semana de idade  em filhos de mães que foram vacinadas.

Animais já vacinados: revaciná-los  a cada ano. Em fêmeas gestantes, fazer a revacinação anual de 4 a 6 semanas antes do parto.  

Animais Jovens, Reprodutores,  Matrizes.

Linfadenite Caseosa

A partir de três meses com reforço  aos 30 dias e repetir anualmente.

Animais Jovens

Ectima contagioso

Autovacina, única dose  repetindo-se nas matrizes na próxima parição.

Cordeiros e cabritos, Matrizes  (terço final de gestação).

Fonte: adaptado de  Silva et al. (2001)